O ensaio terminal: essência como potência
Rául Antelo
Nos últimos dias de seu exílio brasileiro, o escritor alemão Stefan Zweig (1881-1942) redigiu capítulos do inacabado ensaio sobre Montaigne. É tanto um exemplo das biografias intelectuais que ele costumava escrever (Balzac, Dickens, Romain Rolland, Nietzsche), quanto uma aplicação das teses antropofágicas do modernismo brasileiro. Zweig acreditava que Montaigne nos ajudaria a preservar a amplitude de critérios perante os perigos do fanatismo. Seu ensaio sobre Montaigne tenta manter vivos o humanismo e o cosmopolitismo, perante a emergência da brutalidade.
Palavras-chave: exílio; modernismo; cosmopolitismo; ensaio.
In the final days of his Brazilian exile, German writer Stefan Zweig (1881-1942) drafts chapters of the never-to-befinished essay on Montaigne. It is both an example of intellectual biographies he used to write (Balzac, Dickens, Romain Rolland, Nietzsche) and an expansion of Brazilian antropophagic theses. He believed Montaigne helped us understand how to preserve our clear-mindedness in front of all the dangers of fanaticism. Zweig’s Montaigne tries to keep humanism and cosmopoliticism alive among the upsurge of bestiality.
Keywords: exile; modernism; cosmopoliticism; essay.