Escrever em tempos de crise: realidade e percepção na monarquia hispânica do século XVII
Carlos Alberto González Sánchez
Este artigo mostra como a literatura é uma fonte documental de suma utilidade para o imaginário da história e seu estudo. Utilizei-a para observar a imagem que transmite da crise e decadência espanholas do século XVII, uma época complexa e difícil, vital para a Monarquia hispânica, que está muito presente nas criações dos grandes escritores do Século de Ouro, como Cervantes, Quevedo, Gracián ou Suárez de Figueroa. Assim, qualquer literato ou intelectual daquela época permite-nos perceber o impacto que a crise teve em suas consciências, e não só os profissionais que buscavam suas causas e soluções. Na Espanha seiscentista, a crise gerou uma literatura prolífica e específica em torno dos problemas que a população enfrentava, um fenômeno sem comparação na Europa.
Palavras-chave: história; literatura; crise; decadência; imaginário; arbitristas; cultura escrita.
This article shows how literature is a great utility source for the imagery of history and its study. I have used it to examine the image given of the crisis and the decline of seventeenth century Spain, a complex and difficult time, crucial to the Hispanic monarchy. This is obvious in the works of the great writers of the Golden Age, such as Cervantes, Quevedo, Gracián, and Suárez de Figueroa. They show us the impact the crisis had on public awareness; it wasn’t just the intellectuals who were looking for its causes and solutions. In seventeenth century Spain there was a prolific and specific literature on the problems that the people were suffering, an incomparable phenomenon in Europe.
Keywords: history; literature; crisis; decline; arbitristas; imagery; writing culture.