A sensibilidade cosmopolita: sentimento histórico e anglofilia nas obras de Joaquim Nabuco e Henry James

Luiza Larangeira da Silva Mello

Na virada do século XIX para o XX, muitos intelectuais e artistas buscaram alternativas à experiência de um mundo excessivamente racionalizado, resultado de um processo histórico de individualização e homogeneização das relações sociais, ao longo dos dois séculos precedentes. Uma dessas alternativas constituiu-se na modelagem de subjetividades heterogêneas e ambivalentes e no desenvolvimento de uma sensibilidade cosmopolita. Neste artigo, pretende-se analisar dois casos em que se manifesta esse tipo de subjetividade: o do ficcionista norte-americano Henry James e o do escritor e diplomata brasileiro Joaquim Nabuco. Ambos foram adeptos de um tradicionalismo à inglesa e buscaram construir identidades heterogêneas inspiradas na flexibilidade britânica.

Palavras-chave: Henry James; Joaquim Nabuco; sensibilidade cosmopolita; anglofilia; modernidade Belle Époque.


In the turn of the 19th to the 20th century, several intellectuals and artists searched for alternatives to the over-rationalized experience that sprang from the two preceding centuries’ process of individualization and equalization of social relationships. The fashioning of heterogenic and ambivalent subjectivities and the development of a cosmopolitan sensibility constituted some of these alternatives. In this paper, I intend to analyze two instances of this kind of subjectivity: that of the American fictionist Henry James and the Brazilian writer and diplomatist Joaquim Nabuco. Both of them sympathized with the English traditionalism and tried to fashion identities inspired in the British flexibility.

Keywords: Henry James; Joaquim Nabuco; cosmopolitan sensibility; anglophilia; Belle Époque modernity.