Chovem galinhas na praia de Copacabana: entre monumentalidade e transgressão nos arranha-céus do Rio de Janeiro, no entreguerras

Gianne Maria Montedônio Chagastelles

Esta pesquisa visa investigar as práticas, complexas, múltiplas dos arranha-céus cariocas, através das representações sobre as transformações da cidade, no entreguerras. Discuto as novas formas de moradia, sociabilidade e controle do espaço decorrentes da instauração dessa arquitetura vertical. Mediante a seleção e a interpretação dessas representações é possível reconhecer a cidade, sobretudo o bairro de Copacabana, em seus múltiplose dinâmicos significados históricos. Isso ocorre tanto em relação ao uso monumentalizante da arquitetura que coroou os arranha-céus enquanto marco da modernidade, quanto aos modos de uso antimonumentalizantes dos usuários dessa arquitetura, que em alguns casos criavam galinhas, marrecos, veado e jegue na cobertura desses novos edifícios de concreto armado.

Palavras-chave: apropriação; representação; monumentalidade; antimonumentalidade; arranha-céu; Rio de Janeiro.


This research aims to investigate the multiple and complex practices in Rio de Janeiro’s skyscrapers through the representations of changes in the city during the interwar years. I discuss the new living style, sociability and control of the space arising from the introduction of vertical architecture. Through the selection and interpretation of these representations it is possible to recognize the city in its multiple and dynamic historical meanings especially in Copacabana neighborhood. It occurs not only in relation to the magnificent use of architecture which dominated the skyscrapers, a mark of its monumentality, but also in relation to the anti-monumental use of this architecture by its inhabitants who, in some cases, raised chicken, ducks, deer and donkey in penthouses built with reinforced concrete.

Keywords: appropriation; representation; monumentality; anti-monumentality; skyscraper; Rio de Janeiro.