O corte, o quadro, o gesto

Felipe Xavier Aquino

A partir da noção de lugar teatral como um “lugar para olhar”, em ten- são com os procedimentos de montagem e colagem do campo cinematográfico, pretende-se aqui colocar em diálogo alguns trechos de obras e escritos de artistas, teóricos e teóricas do teatro e do cinema, que contemplam e problematizam modos de operação cênica de enquadramento e interrupção. A discussão apresentada abaixo teve como ponto de partida algumas considerações de Roland Barthes e de Walter Benjamin sobre fragmentos de obras de Denis Diderot, Bertolt Brecht e Serguei Eisenstein. Entretanto, não se pretende com isso traçar uma relação ontológica entre as formas artísticas do teatro e do cinema, tampouco definir necessariamente o que os difere e o que os aproxima, mas analisar, justamente, possíveis modos de relação entre esses campos e como os elementos de um podem habitar o outro, problematizando então a ideia do que é específico de cada meio.